EXERCÍCIOS DOS NOVOS RUMAOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

1) A pirâmide de idade do Brasil vem apresentando uma redução de volume na base, o que vem acompanhado disso e pode trazer que conseqüência no futuro?


2) Os movimentos migratórios estão relacionados a que tipos de fatores?


3) Explique migração pendular.

NOVOS RUMAOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

População brasileira e sua estrutura
Com a queda das taxas de natalidade e de mortalidade, acompanhada do aumento da expectativa de vida da população brasileira, a pirâmide de idade vem apresentando uma significativa redução de volume na base, e um aumento da participação percentual das pessoas adultas. A redução da participação dos jovens no conjunto total da população, porém, foi acompanhada pelo esfacelamento dos sistemas públicos de educação e saúde e de um brutal agravamento do processo de concentração de renda. Num futuro próximo, grande parcela desses jovens se transformará em mão-de-obra desqualificada e mal remunerada.
Quanto a distribuição da população brasileira por sexo, o país se insere na dinâmica global: nascem cerca de 106 homens para cada 100 mulheres, mas a taxa de mortalidade masculina é maior e a expectativa de vida, menor.
Uma parcela significativa da PEA trabalha no setor primário da economia, o que retrata o atraso da agricultura.
Um percentual de 20% da PEA no setor secundário indica que o país possui um grande parque industrial.
Já o setor terciário, no Brasil, 55,5% da PEA dedica-se ao setor, mas é óbvio que grande parte desses trabalhadores não está efetivamente prestando serviço aos demais habitantes.
Quanto a distribuição de renda, o Brasil apresenta uma das maiores concentração do planeta.

A PEA e a distribuição da renda no Brasil
A participação dos pobres na renda nacional diminuiu e a dos ricos aumentou até 1990. Essa dinâmica perversa foi estruturada principalmente no processo inflacionário de preços. E num sistema tributário pelo qual a carga de impostos indiretos que não distinguem faixas de renda, chega a 50% da arrecadação. Os impostos diretos que possuem alíquotas progressivas, diferenciadas segundo a renda, ou são incluídos no preço das mercadorias e tornam-se indiretos para os consumidores ou são simplesmente sonegado.

No que diz respeito a composição da PEA por sexo, há uma grande desproporção: em 1996, apenas 40% dos trabalhadores eram do sexo feminino, enquanto a situação que se verifica nos países desenvolvidos é uma participação igualitária, de 50%. A inserção da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está ligada fundamentalmente a perda de poder aquisitivo dos salários e a conseqüente necessidade de ela trabalhar para complementar a renda familiar.
Tal situação permite que parte dos empresários prefira, em diversas atividades, a mão-de-obra feminina, que por necessidade de trabalho se sujeita a salários menores que os pagos a homens, mesmo exercendo função idêntica na mesma empresa.
Os movimentos internos
Os movimentos migratórios estão ligados a fatores econômicos, desde o tempo da colonização. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e teve inicio o ciclo de ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e, posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se tornar efetivamente o grande pólo de atração de migrantes.
Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho.
Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais que menos crescem no Brasil. Em primeiro lugar, aparecem algumas capitais de estado da região Norte, localizadas em áreas de grande expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida, vem a capital nordestina e, finalmente, as do Sul do Brasil.

Êxodo rural e migração pendular
De meados da década de 50 até o final dos anos 70, o Brasil sofreu um intenso êxodo rural, ou seja, a saída de pessoas do campo em direção as cidades. Como essas cidades não receberam investimentos públicos em obras de infra-estrutura urbana passaram a crescer em direção a periferia, onde eram construídos enormes favelas e loteamento clandestinos, sobretudo ao redor dos bairros industriais. Esse processo levou ao surgimento das metrópoles, onde ocorreu uma migração diária entre os municípios, fenômenos conhecidos como migração pendular. Para a população que realiza esse movimento diário, a reestruturação dos transportes coletivos metropolitanos é urgente.


Transumância
A transumância é um movimento populacional sazonal, ou seja, que ocorre em certos períodos do ano e que sempre se repete. Por exemplo, em março, quando para de chover no sertão, os pequenos e médios proprietários são obrigados a migrar para o Agreste ou para a Zona da Mata, em busca de uma ocupação que lhes permita sobreviver até dezembro, quando volta a chover no sertão e eles retornam as suas propriedades.
Também é comum a transumância praticada pelos bóias-frias volantes, que não possuem residência fixa. O trabalho volante é temporário, só ocorre durante o período do plantio da colheita. Tal situação obriga os trabalhadores a migrar de cidade em cidade atrás de serviço.

Migração urbana-urbana
Atualmente, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, é significativa a saída de população das metrópoles em direção as cidades médias do interior. As metrópoles estão completamente inchadas, com precariedades no atendimento de praticamente todos os serviços públicos. Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de crescimento de crescimento econômico, ofereceram melhor qualidade de vida a população.

EXERCÍCIOS DE POPULAÇÃO

1) Para compreendermos o crescimento da população brasileira, defina Crescimento Vegetativo:
2) Qual a estimativa de população brasileira para 2025?
3) Como a urbanização e a industrialização alteraram a estrutura populacional do Brasil?
4 ) Quais ações governamentais influenciaram nos rumos populacionais brasileiros nas décadas de 40 e 50?
5) Quais mudanças marcaram as transformações populacionais no Brasil na década de 60?
6) Analise os dois gráficos populacionais (déc de 70 e 2000) e diga o que contribuiu para as transformações neles contidas:
7) Quais os principais problemas vivenciados pelos grandes centros urbanos brasileiros?

POPULAÇÃO BRASILEIRA

BRASIL: POPULAÇÃO


A população brasileira cresceu bastante e estima-se que até o ano de 2025 o Brasil terá quase 250 milhões de habitantes.

Antes de falarmos sobre o crescimento populacional é preciso saber um conceito: o de crescimento vegetativo.

- Crescimento
vegetativo: é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
Esse conceito é importante porque é através do cálculo dessa diferença que temos a possibilidade de conhecer o quanto a população cresceu.

Uma visão muito
difundida, porém errada, era de que a taxa de migração é que foi a responsável pelo nosso crescimento demográfico. Ela contribuiu, mas não foi o fator principal.

A partir de 193
0 iniciou-se no Brasil o processo de industrialização e urbanização que trouxe muitas mudanças que ajudaram a influenciar no nosso crescimento. Até então, o Brasil era um país agrário, com população rural.

Nos anos 50, o lado urbano do Brasil começou a crescer. Muitas pessoas começaram a deixar os campos para trabalhar nas cidades, principalmente nas regiões sudeste (onde a industrialização era muito ativa) e na região
centro-oeste (construção de Brasília).

Observação: Ao longo da nossa história, houve muitos movimentos migratórios no país. Alguns foram incentivados pelo governo, porém outros foram espontâneos.

Quando foi anunciado que encontraram ouro em Mina
s Gerais, muitos seguiram para lá, poucos anos depois, surgiram várias cidades como Ouro Preto e Mariana.

Nas décadas de 40 e 50, o governo incentivou a ocupação da região centro-oeste – era a chamada “Marcha para o Oeste”- prometendo doar terras para quem fosse. O mesmo aconteceu na
época da construção de Brasília, que foi inaugurada em 1960.
A urbanização melhorou muito a vida dos brasileiros. Nas cidades havia uma melhor condição de vida (higiene e saúde, água tratada, serviços de vacinação (veja Revolta da Vacina), redes de saneamento básico, etc, como conseqüência a taxa de mortalidade diminuiu bastante.

Nessa época (segundo estatísticas) a população começou a crescer de uma forma acelerada.

As novas condições urbanas e a revolução no campo da medicina provocaram um alto crescimento vegetativo da população.

Os anos 60 foram marcados por uma revolução nos costumes, não só por causa da pílula (que diminuiu muito a taxa de natalidade), mas também outros fatores como a vida na cidade e a entrada da mulher no mercado de trabalho ajudaram muito a reduzir esse índice.


Atualmente, as famílias não são mais tão numerosas, prin
cipalmente nas zonas urbanas. O controle da natalidade está se tornando hábito até mesmo nas camadas mais pobres.

Sem sombra de dúvida,
as desigualdades econômicas e sociais são um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta.

Há muita diferença entre a expectativa de vida dos sulistas e dos nordestinos. Os dados afirmam que no sul, as pessoas vivem mais do que no nordeste.

A mortalida
de infantil também é alta no nordeste, justamente por causa da precária assistência médica (principalmente com as mulheres grávidas) e as próprias condições de miséria que vive grande parte do povo nordestino.

A colonização do sul do país e a substituição da mão-de-obra escrava pela a assalariada contribuiu muito para a vinda de milhões de imigrantes para o Brasil.

Com a proibição do tráfico negreiro (1850) começaram a faltar escravos para trabalhar na lavoura, foi a partir daí que a imigração (principalmente européia) começou a crescer.

Vieram para o Brasil os italianos, sírios, alemães, espanhóis, portugueses etc.

Com o passar do tempo, alguns imigrantes conseguiram suas próprias terras, outros foram trabalhar nas fábricas, sem contar com os que fundaram indústrias (alimentícias, tecidos).

Em 1908, uma outra leva de imigrantes veio para o país: os japoneses.

Muitos deles foram trabalhar no interior paulista nas diversas lavouras de café e outros se fixaram próximo a capital para trabalhar com a agricultura, que era um dos principais meios de abastecimento da cidade que estava em processo de crescimento.


Porém, de todos os imigrantes que vieram para cá, o grupo que mais
se destacou foram os portugueses.

Claro que não podemos esquecer a influência que os negros tiveram na nossa população, principalmente na nossa cultura.


Como já foi dito antes, foi em 1930 que teve início o processo de industrialização (RJ e SP). O surgimento das indústrias ajudou muito no crescimento das cidades, pois buscavam operários para suas fábricas. Assim como as indústrias, a construção civil também precisava de trabalhadores. Toda essas oportunidades levaram a um processo de deslocamento interno, ou seja, muitas pessoas saíram do nordeste rumo ao sudeste, na esperança de conseguir uma vida melhor.

Devido ao excesso de mão-de-obra, em 1934, o governo brasileiro resolveu barrar a imigração na tentativa de não piorar a crise. A Lei de Cota de Imigração foi promulgada e fez com que a imigração re
duzisse bastante.

Porém, mesmo assim, um dos grandes problemas gerados, foi a imigração ilegal, principalmente de coreanos e bolivianos.


Nos anos 80, o governo brasileiro concedeu anistia para os imigrantes ilegais e hoje a colônia coreana é muito grande em SP, dominando o setor de confecções, no Rio esta colônia também começa a crescer, e no Saara (no centro do Rio de Janeiro onde os donos do comércio são sírios e libaneses) já tem várias lojas de comerciantes coreanos.


Nos anos 80 e 90 muitos brasileiros pressionados pela crise econômica e o desemprego, tentaram sobreviver em outros países. Os
EUA são o endereço número um na lista de lugares para se viver, o Paraguai vem em segundo lugar.

O Japão também está nesta lista, e os brasileiros que trabalham lá são chamados de dekasseguis.
O Brasil já não é mais um país jovem, é importante enfatizarmos que a população de idosos está crescendo cada vez mais e a expectativa de vida também vem aumentando: aproximadamente 64,1 anos para os homens e 70,6 anos para as mulheres.

Como podemos observar, as mulheres vivem mais, logo a maioria
da população brasileira da terceira idade é feminina.

Mas, se formos analisar região por região, acontece um fato interessante e curioso, na região centro-oeste e nordeste a população masculina é maior, isso acontece por causa das atividades agrícolas presentes nestas regiões que atraem muitos homens para o trabalho.

Hoje podemos dizer que a maioria da população brasileira vive nas cidades.

As grandes cidades que ao mesmo tempo oferecem uma condição melhor para o povo, também levam medo para as diversas famílias por causa da violência , desemprego e precariedade nos serviços médicos e educacionais além de muitos outros fatores.

A NOVA ORDEM INTERNACIONAL

A NOVA ORDEM INTERNACIONAL

Quando o “Modelo Socialista Soviético” se vira esgotado, após as mudanças estruturais promovidas por Gorbatchev e continuadas pelos diversos novos países adentrados no Sistema de Mercado, acreditou-se, a princípio num aumento da hegemonia dos EUA. Posteriormente, viu-se que o “modelo” de dominação com base no uso de força militar, empregado em grande volume pelos EUA, não estava lhe rendendo os resultados políticos esperados. Bem ao contrário disso, criava-se um certo antagonismo aos métodos truculentos estadunidenses e ressurgiam potências adormecidas diplomaticamente por todo o período de Guerra Fria. Pode-se notar o fim da bipolaridade mundial (EUA x URSS) e o surgimento da multipolarização das decisões.
O fim do mundo bipolarizado da Guerra Fria não significou a eliminação automática dos conflitos e atritos internacionais. Hoje esse confronto se reveste de um conteúdo muito mais econômico-comercial do que político-ideológico.
Com isso, podemos afirmar claramente que o mundo substituiu um tipo de “guerra” por outro.
Entretanto, embora se dê a entender que este tipo atual é menos maléfico do que o primeiro, trata-se apenas de ilusão, pois os efeitos catastróficos sobre os países pobres pioram, principalmente por causa das “novas” regras “mundializadas”, que expuseram as nações de economias frágeis à perversidade dos interesses individuais dos grandes empresários e donos do capital de financiamento internacional, que geram crises, miséria, desemprego e violência de compatriotas, “simplesmente” para defenderem os seus investimentos e lucros.
Nesse estágio do desenvolvimento produtivo, em que predomina a internacionalização do capital, consolida-se a interdependência crescente das grandes transnacionais, ultrapassando suas fronteiras de origem e colocando as questões nacionais em segundo plano. Os interesses dos Estados ficam, mais do que nunca, atrelados aos interesses do capital internacional.
O fim do Século XX será lembrado como um período de muitas transformações no mundo. Elas impressionaram pela forma inesperada e veloz com que ocorreram e pela divulgação que tiveram. Isso aumentou as incertezas sobre a ordem mundial em que vivemos. Afirma-se com freqüência que o planeta atravessa, agora, uma “desordem” mundial. Vários livros didáticos e atlas geográficos sofreram reformas para atualizar suas análises e descrições e seus mapas. No entanto, essa tarefa de acompanhamento parece inglória, já que nada indique qualquer tipo de estabilidade no nosso conturbado planeta. Algumas questões imediatamente se impõem. Essa insegurança se justifica? Os fatos que se precipitaram apontam rupturas radicais? Acreditamos que a discussão exige que trilhemos outros caminhos. Não será o caso de repensarmos os próprios métodos de análise até aqui utilizados? Afinal eles, em geral, se mostram incompatíveis com os rumos dos acontecimentos. O maior exemplo era a crença na existência de uma sólida ordem mundial, sustentada na oposição entre socialismo e capitalismo. Crença essa que se mostrou, com rapidez incrível, ser infundada.
Há quanto tempo são usadas as mesmas classificações sobre a organização ou regionalização dos espaços internacionalizados – capitalismo x socialismo; países desenvolvidos e subdesenvolvidos; Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo; centro e periferia; divisão internacional do trabalho; ordem mundial e outras mais – sem que se questione seus fundamentos?

A REGIONALIZAÇÃO DO MUNDO

As diferentes classificações regionais do mundo que apontamos anteriormente (países do Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos, desenvolvidos, subdesenvolvidos, etc.) são tentativas de agrupar os países segundo características comuns. Por exemplo, os países desenvolvidos teriam particularidades que os tornariam distintos dos subdesenvolvidos.
Essas classificações convencionais que procuram entender a divisão regional do mundo têm validade, mas nos parece claro que todas elas merecem uma rediscussão profunda e não apenas uma simples atualização. E nada melhor do que aproveitar um período agitado por transformações para revermos os métodos de interpretação do mundo moderno.
Vejamos algumas modificações no mundo em que vivemos.
O chamado bloco socialista revela uma crise de morte, com a falência e desmembramento da URSS e dos regimes da Europa Oriental, contrariando as análises anteriores. A Europa Ocidental unifica-se de forma ousada, criando a União Européia (EU). O Japão assume o papel de 2ª grande potência econômica e influencia decisivamente o Extremo Oriente, onde investe nos Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong), China e Austrália. Os EUA, a grande nação deste século, têm sua hegemonia econômica e político-militar contestada e também conduzem um processo de unificação regional através do NAFTA (North American Free Trade Association) com o México e Canadá.
No chamado Terceiro Mundo, o panorama de pobreza e degradação social se agrava, desmentindo a ilusão do progresso constante e irreversível da humanidade. A América Latina debate-se contra dificuldades econômicas e a miséria social. O continente africano sucumbe diante da fome, guerras e epidemias. No Oriente Médio as reações contra a expansão do mundo ocidental intensificam-se. A ameaça se expressa com o crescimento e fortalecimento dos regimes fundamentalistas antiocidentais, com destaque para o estado Islâmico do Irã. Todos esses fatos, lembrados rapidamente, de uma forma ou de outra causam problemas aos critérios de classificação regional adotados habitualmente.
Países com situações tão diversas como Brasil, Argentina, México, Egito, Índia, Coréia do Sul, Tailândia, Irã, Iraque, etc. cabem na idéia de Terceiro Mundo ou de países subdesenvolvidos ou ainda países em desenvolvimento? Como avaliar o fenômeno do desenvolvimento econômico dos Tigres Asiáticos, considerados até recentemente como explorados e condenados ao subdesenvolvimento, passaram por duas décadas de crescimento, sofrendo grande Crash, no final de 1997, início de 1998? Não há respostas simples para essas questões.

ORDEM MUNDIAL

A idéia de ordem mundial tem tido um uso cada vez mais freqüente. Os eventos mundiais dos anos 80 são os responsáveis pelo uso constante da expressão. É bom começar lembrando que essa idéia sempre esteve mais ligada à dimensão política das relações entre os países. É no quadro da idéia de ordem mundial que se abordava o confronto, que muitos consideram o mais importante do século, capitalismo x socialismo, além dos conflitos bélicos (guerras) e das relações de poder entre as nações.
As decisões políticas, contando também com as forças das armas, seriam as principais responsáveis por uma dada ordem mundial, superiores nesse caso aos fatos econômicos. Assim, seriam os Estados nacionais mais poderosos (como os EUA e a URSS) os atores fundamentais dessa ordem. Suas atitudes refletiriam mais do que simplesmente a defesa de interesses materiais de cada um. Corresponderiam à defesa de visões diferentes de mundo, em todos os planos da vida social.
A idéia de ordem mundial tem sua validade. Seu principal mérito é o de incluir a política (as relações de poder, as guerras) como elemento de entendimento do mundo moderno e de sua diferenciação regional. Porém, atualmente, baseada na idéia mundial, surge em contrapartida a idéia de “desordem” mundial, que refletiria de forma mais justa o final do Século XX. Afinal, a ordem mundial baseava-se no equilíbrio de forças das duas potências mundiais e esse equilíbrio não existe mais. Assim, pelo menos transitoriamente, estamos numa situação de desordem, em que estaria sendo gestada uma nova ordem mundial.
Estaríamos de fato vivendo essa situação? Eis mais uma resposta que não pode ser simplificada. Mas alguns acontecimentos recentes contribuem para se pensar na questão.
Por ocasião da Guerra do Golfo, ocorrida no inicio de 1991, a ousadia de Saddam Hussein estaria ameaçando a ordem mundial e não foi longe de seu intento, já que feria interesses ocidentais.
Desse modo, parece ter havido uma mudança de atores, sem que o roteiro (nesse caso a ordem mundial) tenha apresentado mudanças significativas. Mas o número de atores (países) que se envolveram em questões de âmbito internacional, a partir dessa Guerra, aumentou consideravelmente, demonstrando que, daí em diante, as decisões passariam por outras esferas, que não só a soviética e a estadunidense.
A nova ordem internacional parece caminhar para uma divisão do mundo em três grandes áreas sob hegemonia da tríade formada por Estados Unidos, Japão e Comunidade Econômica Européia. Segundo o FMI, em 1980 esse conjunto de países era responsável por 50% do total dos investimentos mundiais diretos; hoje eles controlam 81% destes investimentos. Observados os investimentos regionais, verifica-se que cada membro da Tríade investe mais nos países que compõem sua área de hegemonia. Na América Latina, 61% dos investimentos foram realizados pelos Estados Unidos. Na Ásia, 52% pelo Japão e, no Leste Europeu, 64 % pela UE.

MUNDO DOS BLOCOS/ OS BLOCOS ECONÔMICOS


A formação de blocos econômicos não é um fenômeno que surgiu do nada. Principalmente após a Segunda Guerra Mundial, muitos organismos internacionais (entre nações) vêm sendo articulados, com o objetivo de aumentar os mercados e os laços de cooperação econômica entre os países membros.
Alguns exemplos podem ser citados:

· CEAO (Comunidade Econômica da África Ocidental), formado por Benin, Costa do Marfim, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal, Burkina Faso;
· BENELUX Associação que reproduz o nome de seus componentes: Bélgica, Holanda e Luxemburgo;
· ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), cujos os membros são: Cingapura, Filipinas, Indonésia, Malaísia e Tailândia;
·AELC (Associação Européia de Livre Comércio), que reúne Áustria, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e Suíça;
·ALADI (Associação Latino-americana de desenvolvimento e Intercâmbio), cujos os membros são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela;
·APEC (Associação de Cooperação econômica da Ásia e do Pacífico), que reúne EUA, Canadá, México, Chile, Japão, china, Tigres Asiáticos, Austrália, Nova Zelândia, Brunei e países da ASEAN.
Esses são organismos regionais. As formas de cooperação em cada um dessas organizações e a intensidade de relacionamento entre seus membros variam muito. Algumas delas só existem no papel, outras já expiraram com o tempo.
Formalmente trabalham para ampliar a cooperação no futuro, mas pouco realizam atualmente. É o caso, por exemplo, da ALADI, instituída em 1960.
Porém foi no interior da ALADI que se gestou algo que se apresenta muito promissor: é o MERCOSUL, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Visa constituir-se em um mercado comum, com a queda de barreiras alfandegárias e a livre circulação de mercadorias, capitais e trabalhadores.
Foi na Europa que concretamente esses esforços de cooperação regional vingaram. Já havia algum tempo funcionava o BENELUX. Posteriormente o MCE – Mercado Comum Europeu, que preparou a atual UE – União Européia. Em 1957 foi firmado o tratado de Roma, que fecundou a idéia de unificação européia no então MCE. Outro organismo poderoso que foi criado é o NAFTA – North American Free Trading Association –, o mercado comum norte-americano, como veremos a seguir.

O mundo pós-americano (Uma novíssima "Ordem Mundial"?)

O mundo pós-americano (introdução)


Como a globalização, impulsionada pelos Estados Unidos, está produzindo potências emergentes - que começam a mudar o equilíbrio político mundial Os americanos andam mal-humorados. Em abril, uma pesquisa revelou que 81% da população acredita que o país está “no caminho errado”. Nos 25 anos em que a pesquisa é feita, a resposta do mês passado foi, de longe, a mais negativa. Há razões para pessimismo – um pânico financeiro e a ameaça de uma recessão, uma guerra aparentemente infindável no Iraque e a ameaça do terrorismo. Porém, os fatos – índice de desemprego, número de execuções hipotecárias, mortes por terrorismo – não são tão ruins para explicar o mal-estar. A ansiedade brota de uma sensação de que forças poderosas e desagregadoras estão agindo no mundo. Em quase todos os aspectos da vida, padrões do passado estão sendo embaralhados. “Turbilhão é rei, tendo expulsado Zeus”, escreveu o dramaturgo grego Aristófanes há 2.400 anos. E – pela primeira vez na memória viva – os Estados Unidos não parecem liderar o ataque. Os americanos percebem que um novo mundo está nascendo, mas temem que ele esteja sendo formado em terras distantes e por povos estrangeiros. O prédio mais alto do mundo fica em Taiwan. A maior empresa do mercado acionário está em Pequim. A maior refinaria do mundo está sendo construída na Índia. O maior avião de passageiros é feito na Europa. O maior fundo de investimentos do planeta está em Abu Dhabi, e a maior indústria cinematográfica é Bollywood, Índia. Ícones americanos foram usurpados: a maior roda-gigante do mundo fica em Cingapura, o maior cassino está em Macau. Apenas duas das dez pessoas mais ricas do planeta são americanas. Essas listas são arbitrárias e um tanto tolas, mas há apenas dez anos os EUA teriam encabeçado quase todas. Esses factóides refletem um deslocamento de poder e atitudes. Nos EUA, ainda se debate o antiamericanismo. O mundo passou do antiamericanismo para o pós-americanismo.

I. O FIM DA PAZ AMERICANA

Na década de 1980, quando eu visitava a Índia – onde cresci –, a maioria dos indianos estava fascinada pelos EUA. Freqüentemente me perguntavam sobre... Donald Trump. Arrojado, rico e moderno, ele simbolizava a sensação de que, se você quisesse o maior e melhor de qualquer coisa, tinha de olhar para os EUA. Hoje, fora os personagens do mundo do entretenimento, não existe interesse comparável por personalidades americanas. Existem dezenas de empresários indianos mais ricos que Trump. Os indianos são obcecados por seus próprios bilionários vulgares. E esse recém-descoberto interesse em sua própria história ocorre em todo o mundo.
Considere o seguinte: em 2006 e 2007, a economia de 124 países cresceu mais de 4% ao ano. O economista Antoine van Agtmael, que cunhou o termo “mercados emergentes”, identificou 25 empresas que provavelmente serão as próximas grandes multinacionais. Brasil, México, Coréia do Sul e Taiwan têm quatro empresas cada um; Índia, três; China, duas; e Argentina, Chile, Malásia e África do Sul, uma cada um. É muito mais que a ascensão da China ou da Ásia. É a ascensão do resto – do resto do mundo.
Vivemos o terceiro grande deslocamento de poder da história moderna. O primeiro foi a ascensão do Ocidente, por volta do século XV, que produziu o mundo como o conhecemos hoje – ciência e tecnologia, comércio e capitalismo, as revoluções industrial e agrícola. O segundo ocorreu no fim do século XIX, com a ascensão dos EUA. Nos últimos 20 anos, o status americano de superpotência em todas as esferas passou praticamente incontestado. Durante essa “Pax Americana”, a economia global se acelerou drasticamente. E essa expansão é a mola propulsora por trás do terceiro grande deslocamento de poder – a ascensão do resto.
Militar e politicamente continuamos em um mundo unipolar. Mas, em todas as outras dimensões, a distribuição do poder está se distanciando do domínio americano. Isso produzirá uma paisagem bastante diferente, uma paisagem definida e dirigida a partir de muitos lugares e por muitos povos.
O mundo pós-americano é uma perspectiva inquietante para os americanos, mas não será definido pelo declínio dos EUA, e sim pela ascensão dos outros países. É o resultado de tendências dos últimos 20 anos que criaram um clima internacional de paz e prosperidade.
Eu sei. Não é o mundo que as pessoas percebem. Dizem que vivemos tempos perigosos. Terrorismo, Estados bandidos, proliferação nuclear, pânico financeiro, recessão, terceirização, imigrantes ilegais, tudo figura com destaque no discurso americano. A Al Qaeda, o Irã, a Coréia do Norte, a China e a Rússia, todos são ameaças. Mas, quão violento é o mundo realmente?
Uma equipe da Universidade de Maryland rastreia mortes causadas pela violência organizada. Os dados mostram que todos os tipos de guerra declinam desde meados da década de 1980 e que atualmente desfrutamos os níveis mais baixos de violência desde a década de 1950. As mortes resultantes do terrorismo têm aumentado. Mas um exame mais minucioso mostra que 80% dessas fatalidades são no Afeganistão e no Iraque, zonas de guerra – e os números totais permanecem pequenos. O polivalente professor de Harvard Steven Pinker arriscou-se a especular que provavelmente vivemos “na era mais pacífica da existência de nossa espécie”.
Por que não é essa a sensação? Parte do problema é a quantidade de informações. Os últimos 20 anos produziram uma revolução de informação que traz notícias e imagens de todo o mundo o tempo todo. A divulgação quase instantânea das imagens e a intensidade do ciclo noticioso de 24 horas se combinam para produzir uma constante tensão. Qualquer perturbação climática é “a tempestade da década”. Toda bomba que explode é NOTÍCIA EXTRAORDINÁRIA. E, como a revolução da informação é nova, estamos apenas começando a descobrir como colocar tudo dentro do contexto. O risco de morrer em um ataque terrorista para um americano é menor que morrer afogado na banheira. Mas a sensação não é essa.
As ameaças são reais. Os jihadistas islâmicos são um bando sórdido. Mas está cada vez mais claro que representam uma minúscula fração do 1,3 bilhão de muçulmanos do mundo. Eles podem causar danos muito reais. No entanto, os esforços dos governos do mundo puseram-nos para correr. Os jihadistas foram obrigados a se dispersar, operar em pequenas células e usar armas simples. Eles não têm sido capazes de atingir alvos grandes, especialmente os americanos. Então explodem bombas em cafés, mercados e estações de metrô. Ao fazer isso, matam habitantes locais e afastam muçulmanos comuns. Acompanhe as pesquisas de opinião pública. O apoio à violência caiu drasticamente nos últimos cinco anos nos países muçulmanos.
Desde o 11 de setembro, a Al Qaeda dirigida por Osama Bin Laden não foi capaz de desfechar um único ataque terrorista de grandes proporções no Ocidente ou em qualquer país árabe – seus alvos originais. O fato de terem sido silenciados por quase sete anos mostra que, na batalha entre governos e grupos terroristas, os primeiros não precisam se desesperar.
Alguns apontam para países como o Irã. Esses Estados bandidos constituem problemas reais, mas olhe o contexto. A economia americana é 68 vezes maior que a do Irã. Seu orçamento militar é 110 vezes o dos mulás. Não se compara aos perigos representados por uma Alemanha em ascensão na primeira metade do século XX ou uma União Soviética expansionista na segunda metade. Se hoje fosse 1938, o Irã seria a Romênia, não a Alemanha.
Outros pintam um mundo de ditadores em ação. A China, a Rússia e vários potentados petrolíferos estão ganhando força. Temos de nos engajar em uma luta maniqueísta que definirá o próximo século. Mas as potências ascendentes de hoje são relativamente benignas. No passado, quando os países enriqueciam, eles queriam se tornar potências militares, derrubar a ordem existente e criar seus próprios impérios. Mas, desde a ascensão do Japão e da Alemanha nas décadas de 1960 e 1970, eles optam por enriquecer dentro da ordem existente. A China e a Índia estão nessa direção.
Compare a Rússia e a China com o ponto em que estavam há 35 anos. Naquela época, ambas eram potências ameaçadoras, conspirando contra os EUA, financiando insurgências e guerras civis. Agora, os dois países estão mais integrados na economia global que em qualquer momento dos últimos cem anos. Qual é seu potencial para causar problemas? Os gastos militares da Rússia são da ordem de US$ 35 bilhões, ou 0,05% do que o Pentágono gasta. A China tem cerca de 20 mísseis nucleares que podem alcançar os EUA. Os americanos têm 830 mísseis que podem chegar à China. Quem deve se preocupar com quem?

II. AS BOAS NOTÍCIAS

Em julho de 2006, falei com um membro do governo israelense, pouco depois da guerra entre Israel e o Hezbollah. Ele estava genuinamente preocupado com a segurança do país. Então perguntei sobre a economia. “Isso nos deixou perplexos”, disse ele. “O mercado de ações estava mais alto no último dia da guerra que no primeiro!” O governo estava assombrado, mas o mercado não.
A Guerra do Iraque produziu um caos. Mais de 2 milhões de refugiados se amontoaram em países vizinhos. Mas, ao viajar pelo Oriente Médio nos últimos anos, me dei conta de quão pouco os problemas do Iraque desestabilizaram a região. As pessoas denunciam furiosamente a política externa dos EUA. Mas os vizinhos do Iraque – Turquia, Jordânia e Arábia Saudita – desfrutam de uma prosperidade sem precedente. Os países do Golfo estão modernizando suas economias e sociedades. Há pouca evidência de instabilidade e fundamentalismo.
Pela primeira vez na história, a maioria dos países do mundo pratica uma economia sensata. Os resultados são claros. A porção de pessoas que viviam com US$ 1 por dia despencou de 40%, em 1981, para 18% em 2004. A pobreza está em declínio em países que abrigam 80% da população mundial. A economia global mais que dobrou nos últimos 15 anos! O comércio global cresceu 133% no mesmo período. A expansão do bolo econômico global se tornou a força dominante. Guerras, terrorismo e conflitos causam rupturas temporárias, mas eventualmente são dominados pelas ondas da globalização. Essas circunstâncias podem não durar, mas vale a pena compreender a aparência do mundo nas últimas poucas décadas.

III. UM NOVO NACIONALISMO

Evidentemente, o crescimento global também é responsável por problemas. Ele produziu toneladas de dinheiro. A combinação de uma inflação baixa e muito dinheiro significou baixas taxas de juros, e isso fez com que as pessoas agissem gananciosa e/ou estupidamente. Então, testemunhamos uma série de bolhas. O crescimento também explica a disparada dos preços de commodities. Quase todas as commodities estão numa alta recorde de 200 anos. Os alimentos, que há algumas décadas corriam risco de sofrer um colapso de preços, estão numa assustadora alta. Nada disso se deve a uma diminuição de abastecimento. É a crescente demanda global que inflaciona os preços. O fato de mais e mais pessoas comerem, beberem, lavarem, dirigirem, consumirem terá efeitos sísmicos no sistema global. Podem ser bons problemas, mas são problemas.
O efeito mais imediato é o surgimento de novos motores econômicos. Nos últimos séculos, os países mais ricos do mundo têm sido muito pequenos em termos de população. A Dinamarca tem 5,5 milhões de habitantes, os Países Baixos 16,6 milhões. Os EUA são o maior do grupo e dominaram o avançado mundo industrial. Outros gigantes, porém – China, Índia e Brasil –, têm sido incapazes ou relutantes em se juntar às economias funcionais. Agora estão se mexendo e, dadas suas dimensões, deixarão uma grande pegada no mapa do futuro. Mesmo que as pessoas nesses países continuem relativamente pobres, como nações sua riqueza total será maciça. Qualquer número multiplicado por 2,5 bilhões (a soma das populações da China e da Índia) torna-se um número muito grande.
A ascensão da China e da Índia é apenas a manifestação mais óbvia de um mundo em ascensão. Em dezenas de países grandes, podem-se ver uma economia ascendente, uma cultura vibrante e um crescente orgulho nacional. Esse orgulho pode se transformar em algo mais feio. Para mim, isso ficou vivamente ilustrado há alguns anos quando conversava com um jovem executivo chinês em Xangai. Ele trajava roupas ocidentais, falava inglês e estava imerso na cultura pop. Era um produto da globalização. Até começarmos a falar sobre Taiwan, o Japão e os EUA. Suas respostas eram cheias de s paixão, belicosidade e intolerância. Senti-me na Alemanha de 1910, falando com um jovem alemão, que teria sido igualmente moderno e nacionalista.
Perspectivas nacionais divergentes sempre existiram. Mas hoje, graças à revolução da informação, elas são amplificadas, repetidas e disseminadas. O resultado é que o “resto” agora está dissecando as suposições e narrativas do Ocidente e fornecendo opiniões alternativas. Um jovem diplomata chinês me disse em 2006: “Quando vocês nos dizem que apoiamos uma ditadura no Sudão para ter acesso a seu petróleo, pergunto qual a diferença para seu apoio a uma monarquia medieval na Arábia Saudita? Nós vemos a hipocrisia, só não dizemos nada – ainda”.
Como conseguir que um mundo de muitos atores trabalhe em conjunto? Os mecanismos tradicionais de cooperação internacional estão desgastados. O Conselho de Segurança da ONU tem como membros permanentes os vencedores de uma guerra que acabou há mais de 60 anos. O G8 não inclui a China, a Índia ou o Brasil – as três grandes economias que mais crescem no mundo – e mesmo assim alega representar os propulsores da economia mundial. As únicas soluções que funcionarão serão as que envolverem muitas nações.

IV. O PRÓXIMO SÉCULO AMERICANO


Muitos olham para este mundo emergente e concluem que os EUA já passaram por seus dias de glória. Mas, nos últimos 20 anos, os EUA se beneficiaram maciçamente da globalização. O país desfrutou de um crescimento robusto, baixos índices de desemprego e inflação, e recebeu centenas de bilhões de dólares em investimentos. Suas empresas entraram em novos países e indústrias com grande sucesso, usando cadeias de abastecimento e tecnologia globais para permanecer na vanguarda da eficiência.
Atualmente, os EUA figuram como a economia mais competitiva do globo, segundo o Fórum Econômico Mundial. Suas universidades são as melhores do mundo. Em 2004, a Fundação Nacional de Ciências afirmou que 950 mil engenheiros se formaram na China e na Índia, enquanto apenas 70 mil se graduaram nos EUA. Se você excluir os mecânicos e técnicos de carros, que são contados como engenheiros nas estatísticas chinesas e indianas, os números assumem um aspecto bem diferente. Os EUA treinam mais engenheiros per capita que qualquer gigante asiático.
Mas o segredo oculto dos EUA é que a maioria desses engenheiros é imigrante. Estrangeiros e imigrantes compõem quase 50% dos pesquisadores no país. Em 2006, eles receberam 40% dos ph.Ds. Quando esses graduados se instalam no país, criam oportunidade econômica. Metade das novas empresas no Vale do Silício tem um fundador imigrante ou um americano de primeira geração. O potencial para um novo impulso da produtividade americana não depende de nosso sistema educacional ou dos gastos com pesquisa e desenvolvimento, mas de nossas políticas de imigração. Se essas pessoas tiverem permissão e forem encorajadas a ficar, a inovação acontecerá aqui. Se partirem, elas a levarão junto.
Essa é a grande – e potencialmente insuperável – força dos EUA. O país continua sendo a sociedade mais aberta e flexível do mundo. O país prospera com a fome e a energia de imigrantes pobres. Diante das novas tecnologias de companhias estrangeiras, ou dos mercados em expansão no exterior, ele se adapta e ajusta. Quando você compara esse dinamismo com as nações fechadas e hierárquicas que no passado foram superpotências, sente que os EUA são diferentes e que podem não cair na armadilha de se tornarem ricos, gordos e preguiçosos.
A sociedade americana pode se adaptar a este novo mundo. Mas o governo americano consegue? O paroquialismo americano está particularmente evidente na política externa. Economicamente, à medida que outros países crescem, todo mundo ganha. Mas a geopolítica é uma luta: à medida que outras nações se tornam mais ativas, elas buscam maior liberdade de ação. Isso implica que a influência dos EUA declinará. Em vez de ficar obcecados com seus interesses de curto prazo, a prioridade americana deveria ser trazer as forças emergentes para o sistema global. Se a China, a Índia, a Rússia e o Brasil sentirem que participam da ordem global, haverá menos perigo de guerra, depressão, pânicos e colapsos.
Os americanos – especialmente o governo americano – não entenderam de fato a ascensão do resto. É um dos acontecimentos mais emocionantes da História. Bilhões de pessoas escapando da pobreza abjeta. O mundo será enriquecido e enobrecido à medida que elas se tornarem consumidores, produtores, inventores, pensadores, sonhadores, fazedores. Tudo isso está acontecendo por causa de idéias e ações americanas. Durante 60 anos, os EUA incentivaram países a abrir seus mercados, a liberar suas políticas, a abraçar o comércio e a tecnologia. Justamente quando eles começam a fazê-lo, estamos perdendo a fé nessas idéias. Ficamos desconfiados do comércio, da abertura, da imigração e do investimento porque agora não se trata de americanos indo para o exterior, mas de estrangeiros indo para os EUA. Daqui a algumas gerações, quando os historiadores escreverem sobre esses tempos, poderão notar que, na virada do século XXI, os EUA tiveram sucesso em sua grande histórica missão – globalizar o mundo. Não queremos que eles escrevam que ao longo do caminho os próprios EUA esqueceram de se globalizar.
(texto extraído de Fareed Zakaria)

Como estudar em casa

Não existe uma fórmula pronta e acabada, mas podemos iniciar alguns passos importantes:
1º Xô preguiça, ela não te ajuda em nada
2º criar uma rotina de estudos (1 ou 2 horas diárias)
3º definir o que vc vai estudar
4º nunca estude de última hora
5º sempre escreva (resumo, tópicos, etc) o que vc está estudando
6º releia quantas vezes for necessário seu estudo
7º se puder, grave o que está estudando e ouça em seu MP3
Boa sorte!

Exercícios da cúpula das américas

1) Quais são os países que integram a Cúpula das américas?
2) Quais os objetivos de se formar uma cúpula?
3) Quando e onde ocorreu a 5ª cúpula das américas?
4) Qual o papel do Brasil enquanto membro atuante da cúpula das américas?
5) Porque Cuba não integra a cúpula das américas?

Cúpula das Américas


A Cúpula das Américas

é uma cúpula desenvolvida no dia 9 de dezembro de 1994, em Miami, nos Estados Unidos, que fez os Acordos de Comércio para todos os países americanos, exceto Cuba. Segundo os Estados Unidos, Cuba derrubaria todos os planos e projetos da ALCA em seu país.

Esse acordo prevê uma união, no contexto global, de praticamente todos os países da América, que procuram estreitar caminhos de uniões comerciais entre si e o desenvolvimnto dos países como Argentina, Bahamas, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Venezuela e outros países da América, com acordos de diminuição alfandegária de preços e entre outros.

Marcou o início de uma nova era no Hemisfério, e a comunidade interamericana decidiu estabelecer encontros periódicos para discutir uma agenda comum. Um dos principais acordos foi reunir esforços para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

  • Cúpula das Américas para o Desenvolvimento Sustentável – dezembro de 1996,Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. Dando prosseguimento aos temas discutidos durante a “Rio 92”, esse forum especializado definiu metas para o desenvolvimento sustentável, debatendo temas sociais, econômicos e referentes ao meio ambiente.
  • Segunda Reunião de Cúpula das Américas – abril 1998, Santiago, Chile. Educação foi o tema central do evento, mas os líderes também definiram metas no que diz respeito ao fortalecimento da democracia, justiça e direitos humanos, promoção, integração e livre comércio, erradicação da pobreza e da discriminação.
  • Terceira Reunião de Cúpula das Américas – abril de 2001, Quebec, Canadá. Um dos assuntos principais foi a criação da Carta Democrática Interamericana para o fortalecimento e proteção da democracia. A Carta Democrática foi adotada em 11 de setembro de 2001.
  • Reunião Especial de Cúpula das Américas – Janeiro de 2004, Monterrey. A Cúpula Interina foi convocada para a inclusão de novos líderes no processo, assim como para a definição de objetivos concretos em grandes grandes áreas: crescimento econômico para redução da pobreza, promoção do desenvolvimento social e fortalecimento dos governos democráticos.
PAÍSES QUE INTEGRAM A CÚPULA DAS AMÉRICAS